Tuesday, August 18, 2009

"Infância querida que os anos não trazem mais!"

Ontem, Segunda - 17/08/09, estava voltando para Rio das Ostras com um amigo de "infância" que agora trabalha em Macaé. Como fazia tempo que não nos viamos, aproveitamos o trajeto CAMPOS-MACAE para colocarmos todos os assuntos em dia.
Um dos tópicos da coversa foi justamente lembrar como aproveitamos nossa adolescência e que falta ela nos faz!! Hoje, cada um tem seus compromissos, os encontros se tornaram raridade, a disposição já não é mais a mesma etc.
É tão engraçado olhar para trás e ver que todos os nossos amigos "tomaram forma". Não somos mais ESTUDANTES de escola "x", "y" ou "z". Hoje, somos o médico, o dentista, o engenheiro, a enfermeira, o advogado, o técnico, a professora....
Se antigamente não saíamos tanto quanto o desejado por motivos de VERBA, AUTORIZAÇÃO PARENTAL ou TRANSPORTE, hoje, apesar de termos a verba, a autorização e o transporte, o que nos falta é TEMPO! Por que não conseguimos conciliar todas as coisas?
É.... hoje entendo CASIMIRO DE ABREU em seu poema "meus 8 anos"....E faço minhas as palavras dele:
"Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem, mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
—Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
— Pés descalços, braços nus —
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
....
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais"


1 comment:

Unknown said...

É, amigo!
Concordo plenamente com o que você postou sobre como crescemos e deixamos de lado as coisas boas da vida, tudo por causa de uma palavrinha pequena... tempo! Acho que éramos muito mais felizes na adolescência, sem dinheiro mas sempre juntos, cercado de amigos
Adorei seu blog!
Beijos... Heidy